10 de junho de 2012

CTRL-Z.Controle.

Ela correu. Correu de tudo que fosse capaz. Tudo que fosse obstáculo. Só não correu mais do que ele quando perdeu o juízo e jogou o carro contra o muro, destruindo a lataria, junto a qualquer pieguisse romântica que haviam construído.Quase nada restaria.

O que era de prender a vista, a respiração, a mão e o coração, agora é de surpreender. Me perder.


8 de junho de 2012

Re (volta)

Era de se esperar que fosse levar qualquer pedaço quando partisse, qualquer parte boa.
Era de se notar a lacuna. A pendência. Até faltou paciência pra seguir os dias...
Era pra chover forte, salgar o rosto, molhar a camisa.
Era também de culpar. Desculpar. Fazer carnaval pra chamar atenção.
Fingiu nem ligar. 
Nem notar.
Nem amar. 
E contentou-se por fechar as cortinas aquele que outrora foi protagonista. Apagou as luzes e já partiu levando malas, versos e lembranças. 

- Só não perca a passagem de volta. 

4 de junho de 2012

Nova(mente) a canção



O que era dissabor agora é cor. Se (re)fez o amor.

Que venham as boas novas; que sejam todas bem-vindas.
Já se foram as coisas findas! E ficou o que é pra ser e achavam que já era. E ficou pra durar. Pra crescer.

A casa acordou! O dia já nasceu!

 Vejam: já dançam ao ritmo da música  aqueles que haviam esquecido a canção...

- feita a oração, lembrou dele, fechou os olhos e sorriu.

3 de junho de 2012

Para me encontrar

Não são poucas as vezes que me procuro em suas linhas. 
Procuro algo discreto, sútil, só nosso. Algo como um código para me saber ali. Para me sentir aí.para te manter aqui. E nada. 
Parece que me perdi nas suas páginas. Desfragmentada. Desapareci. Me esqueci. Me esqueceu. 
Ainda usa minhas frases para adorná-la? Minhas músicas para conquistá-la? Me perdi. Se perdeu. 
Vez ou outra ele senta no sofá,assim como eu, muda os canais sem nada ver, e se pergunta : " o que foi dela?".


-ainda guardo as primeiras palavras. O sorriso torto,aberto, nada contido. Ainda mantenho o cabelo cacheado e uso reticências demasiadamente. 


Poucas coisas mudaram. Mesmo poucas, já levaram metade de mim, talvez tudo de nós. 


- e você sorri ao ler "talvez". 


Escrevi para me encontrar, sabendo que só me perco mais.