Eu sempre estive no controle da
situação. Lia meus próprios livros, comia as minhas invenções. Até que... ele
me atropelou. E quando digo “ele”, refiro-me ao amor. Não sei se foi eu quem
atravessou o seu caminho, mas independente disso ele já tem um histórico
suspeito na minha vida. Sim, o próprio,
que provavelmente já tirou algumas noites do seu sono.
Despe minha roupa, exige minha
alma. Me faz clichê. Leio os livros pelos quais
ele se interessa, e o creme de leite que eu tanto detestava, hoje faz
parte de 80% das minhas receitas.
Até que... a gente sofre qualquer
decepção. Mas perdoa. Afinal, é tão comum o choque.
Depois do choque a colisão. O
desastre... a hemorragia e fim. Estanco
o sangue, passo meu batom vermelho e saio caminhando.
Até que a gente ama, por isso
suporta, por isso insiste.
Até que... a gente cansa.
- depois a gente chora. Mas isso
fica pra próxima.